Minha Fonte




Um percurso pela montanha até lá chegar.
Encontrar a fonte de paz e saciar-me.



Minha Fonte

Subindo o alto monte
Descobri a tua existência,
Encontrei a minha fonte.

Agora em ti minh’alma,
Respira e transpira calma.

Ali se congregam povos
Sedentos da tua palavra.
Corações velhos e novos.

Não a outros amos!
Só em ti confiamos!

Dá-me também de beber
Dessa samaritana fonte
A tua paz e o teu querer.

Minha essência vou ceder,
Ao autor de todo o ser.

Karau_Timur, 2007

Atlântico


Feito para abertura e fecho do programa cultural, de férias, "Oceano Atlântico"
numa rádio local de Boston, USA.



Atlântico

É com as ondas,
É com as vagas
Que sondas e tragas
O que me vai no coração.

É com a correnteza,
É com as brisas
Que com destreza alisas
O que escreve a minha mão.

É no sal,
É nas águas
Que o vendaval de mágoas
Mostra a tua imensa solidão.

É nos areais
É nos rochedos
Que o cais dos segredos
Ampara a tua undosa agitação.

Mas é na calmaria,
É no cântico
Que a maresia do Atlântico
Se torna nosso chão.

Karau_Timur, Boston, Junho de 2008

Luz da noite


Fala do lado nocturno, daqueles que se alimentam dos outros, ou que brilham com a luz dos outros.
Mas é à noite que o fazem, julgando ter maior protecção e, portanto, é à noite que carregam essa cruz.



Luz da noite
Luz da noite!
O que escondes,
Diz-me por onde trilhas?
Luz da noite
Vive só, mas refém
E não tem quem o acoite.

Luz da noite, lua.
Lua nossa,
Minha e tua.

Luz da noite!
Que revelas,
Diz-me para quem brilhas?
Luz da noite
É fraca e triste
E não existe quem o afoite.

Luz da noite, lua.
Lua nossa,
Minha e tua.

Luz da noite!
O que conténs,
De que te maravilhas?
Luz da noite
Não produz luz,
E carrega sua cruz à noite.

Luz da noite, lua.
Lua nossa,
Minha e tua.

Karau_Timur, Almeria, 02-04-2006